Joaquim António Dinis nasceu a 1 de Dezembro de 1947 em Luanda – Angola. Chegou ao Sporting no defeso de 1969, contratado ao ASA por 550 contos (após uma luta cerrada entre os 3 grandes do nosso futebol).
Estreou-se oficialmente (com o treinador Fernando Vaz) a 9 de Novembro de 1969 num triunfo por 1-0 sobre o Benfica em Alvalade para a 7ª jornada do Campeonato Nacional. Marcou pela 1ª vez logo uma semana depois (vitória em Guimarães por 2-1). No jogo que decidiu matematicamente o título para o Sporting, marcou no triunfo por 2-1 no Restelo (a 15 de Março de 1970). Logo nessa 1ª temporada em Alvalade ganhou um lugar na extrema-esquerda do ataque (30 presenças e 7 golos).
Na época seguinte ganhou a Taça de Portugal, e marcou na final frente ao Benfica (4-1). Em 1972/73 voltou a ganhar a Taça (3-2 ao Vitória de Setúbal) e no ano que se seguiu fez parte da magnífica equipa de Mário Lino que conquistou a “dobradinha”, tendo-se assumido como um dos principais municiadores de Yazalde que bateu um recorde (que permanece) de 46 golos no Campeonato.
Depois de 5 anos em grande destaque na equipa do Sporting acabou por não se salientar tanto em 1974/75, aquela que acabou por ser a sua última época no clube, de onde saiu de forma algo litigiosa para o Porto (ao abrigo duma nova lei de transferências e fazendo algumas acusações “à posteriori” sobre o ambiente interno em Alvalade).
Alinhou pela última vez a 29 de Maio de 1975 na meia-final da Taça de Portugal perdida por 1-0 (após prolongamento) com o Boavista.
Assim, esteve um total de 6 temporadas na equipa principal do Sporting, tendo realizado 201 jogos oficiais e marcado 36 golos. Ganhou 2 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal. Havia quem lhe chamasse “brinca na areia” porque tinha um futebol muito técnico e nem sempre pragmático, mas a sua classe era indiscutível (canhoto, tinha uma excelente capacidade para ir à linha a assistir os companheiros da frente de ataque), tendo ficado para a História como um dos melhores futebolistas leoninos na 1ª metade da década de 70.
No FC Porto (onde ficou 2 anos) acabou por não ser muito bem sucedido. Depois regressou a Angola (que tinha acabado de se tornar independente) e voltou a Portugal para tirar o curso de treinador e jogar ainda mais duas épocas na União de Leiria. Da cidade do Lis regressou ao seu país onde ainda jogou (acumulando com as funções de treinador) e foi Campeão no ASA. Passou depois pelo Sporting de Luanda e Progresso de Sambizanga. Foi ainda treinador dos sub-17 e membro da equipa técnica da seleção principal que esteve no Mundial 2006.
Em 2001 a direção do Sporting nomeou-o embaixador do clube em Angola.
Foi 14 vezes internacional A (4 golos) por Portugal.
Simplesmente maravilhoso, simplesmente brinca n’areia! Já não há extremos como ele, um dos últimos que houve infelizmente faleceu hoje: Fernando Chalana!
Veloz, de drible facil e imprevisivel. Um verdadeiro extremo. Tive o prazer de ver jogar o Dinis num dos momentos mais altos da sua carreira. Yazalde tem muito que lhe agradecer pelo record de 46 golos e consequente conquista da bota de ouro.