14 de Novembro de 1948. Nessa tarde o Sporting recebeu o Benfica (jogo disputado no Estádio Nacional) para a 9ª jornada do Campeonato Nacional. Os leões seguiam já na frente da classificação apesar da surpreendente derrota por 1-0 averbada em Braga há duas semanas. O Benfica necessitava de ganhar para dar luta aos verde e brancos na luta pelo título. Orientados por Cândido de Oliveira, os leões alinharam com: Azevedo (cap); Octávio Barrosa e Juvenal; Canário, Manecas e João Mateus; Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano.
Logo aos 6 minutos um “bico” magnífico de Peyroteo proporcionou a Pinto Machado, em vôo, uma bela defesa. Ao quarto-de-hora aconteceu o 1º golo da tarde. Albano centrou a meia altura e Vasques entrou muito bem de cabeça, prevalecendo a Pinto Machado e Félix. O Benfica procurou ripostar e, após algumas oportunidades de parte a parte, Corona fez o empate aos 27 minutos, respondendo a uma solicitação de Rogério e após fintar Manecas.
O Sporting empertigou-se, e até ao intervalo dominou com alguma intensidade, não conseguindo, no entanto, desfazer o empate.
A 2ª parte foi diferente. Apesar de tudo os primeiros 10 minutos decorreram com alguma monotonia como que antevendo a “tempestade” que se seguiria. A máquina ofensiva leonina entrou em pleno rendimento aproveitando os maiores recursos físicos dos seus elementos. Nas bolas corridas, nas fintas, nos lances divididos, os sportinguistas levavam quase sempre a melhor. Aos 55 minutos, Peyroteo serviu Jesus Correia, que apesar de rematar à figura de Pinto Machado conseguiu o golo beneficiando dum falhanço deste. 7 minutos depois a defesa benfiquista não aliviou a bola a tempo insistindo em passes curtos. Vasques apossou-se dela, simulou um passe a Jesus Correia mas mudou de velocidade para o outro lado iludindo todos os adversários e apontando o 3-1.
Aos 67 minutos, punindo falta de Félix sobre Travassos na área, Albano, no respectivo penalty, permitiu a defesa de Pinto Machado, inclusivamente na recarga… mas 9 minutos depois, após um sprint magnífico, Jesus Correia centrou atrasado, para Peyroteo fazer o 4-1. Finalmente, aos 83 minutos, Peyroteo resistiu a uma carga dura de Félix e passou a Albano que no seu jeito peculiar passou de pronto a Travassos. Este ultrapassou Jacinto e devolveu a Albano que não teve dificuldades em fazer o último golo da tarde estabelecendo o 5-1 final.
Albano e Travassos foram as grandes figuras duma equipa que caminhava a passos largos para mais um título nacional, que constituiria o 1º tri-Campeonato do nosso futebol.
Foto (arquivo): Albano e Travassos, os melhores homens em campo na goleada ao Benfica.