11 de Setembro de 1974. Esse foi o dia em que o lendário Alfredo Di Stefano foi despedido do cargo de treinador do Sporting após um curtíssimo período no cargo.
O Futebol do Sporting vinha da conquista da “dobradinha” mas havia confusão no comando técnico da equipa e não só. Mário Lino sagrara-se Campeão e saiu. Osvaldo Silva vencera a Taça mas ainda não merecia confiança total da direção para assumir o comando da equipa. Então, com laivos de algum sensacionalismo, João Rocha chegou a acordo com o conceituado Di Stefano (antiga legenda do Real Madrid) para dirigir a equipa. Por outro lado, e com alguma surpresa, Yazalde foi pretendido pelo Boavista, e com ainda maior surpresa o presidente sportinguista não fechou a porta ao negócio, pedindo 15.000 contos. O argentino acabou por permanecer em Alvalade, naquela que seria a sua última época de “leão ao peito” e onde continuou a provar os seus atributos, obtendo a expressiva marca de 36 golos, três dezenas dos quais no Campeonato Nacional.
Com Di Stefano aos comandos da equipa a pré-temporada do conjunto, reconhecidamente de grande valor (onde a principal novidade era o lateral-esquerdo brasileiro Da Costa), foi péssima. Após derrotas claras no Troféu Cidade de Sevilha, os leões não conseguiram vencer o Torneio Internacional do Algarve face a clubes locais, e a derrota no Brasil frente ao Cruzeiro de Belo Horizonte por 6-0 (!) ajudou a tornar negro o cenário.
O técnico argentino, já muito contestado, ainda mereceu o benefício da dúvida de João Rocha, mas a derrota por 1-0 no Algarve frente ao Olhanense (seria o 1º e único jogo oficial de Di Stefano como treinador sportinguista) na 1ª jornada do Campeonato Nacional (ainda hoje a única derrota da História do Sporting frente à sua filial algarvia) fez “transbordar o copo”. O técnico foi mesmo despedido 3 dias depois, tendo-o João Rocha acusado de ser um turista malcriado.
Curiosamente, as opiniões entre os jogadores dividiam-se. Enquanto Yazalde declarava que o sul-americano (seu compatriota) era um excelente treinador, afirmando mesmo que “melhor do que ele nem 10 treinadores juntos”, Dé e Dinis, por exemplo, acusaram o argentino de ter métodos pouco democráticos, criticando duramente a sua forma de trabalhar.
Osvaldo Silva foi de novo o “pronto-socorro” e por 13 jogos se manteve na direção da equipa, até à chegada dupla Riera/Juca.