11 de Setembro de 1963. Depois dum mau início de pré-temporada com presenças muito sofríveis no Torneio de Bilbau e no Torneio “Bodas de Ouro” em Santander, o Sporting conseguiu recompor-se com a brilhante vitória na Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa (a 6ª do palmarés verde e branco).
É verdade que a competição, apesar de bem visível, já não tinha o prestígio de outros tempos, mas uma final ganha frente ao Benfica tinha sempre o seu significado. Assim, depois de bater o Atlético CP por 5-3 (golos de Mascarenhas3 e Bé2), os leões mediram forças com os encarnados, no Restelo. Sob o comando de Gentil Cardoso, o Sporting alinhou com: Carvalho; Lino e Hilário; Mendes, Lúcio e David Julius; Morais, Bé (a principal novidade da equipa de futebol para a nova época, vinda do Brasil), Mascarenhas, Alexandre Baptista e Géo.
O Sporting entrou de forma altiva na partida, com grande personalidade, e logo aos 4 minutos, Lúcio teve uma ótima oportunidade para inaugurar o marcador na marcação dum penalty (discutível) – o tiro saiu forte (como sempre), mas à figura de Rita.
O Sporting praticava um futebol mais à flor da relva, ao bom estilo brasileiro, enquanto os encarnados jogavam num estilo mais direto. A verdade é que a bola tanto estava numa como na outra baliza, o que proporcionava um espetáculo interessante. Ao fim de 23 minutos de jogo o Sporting abriu o ativo. Da extrema-direita Morais fez um longo cruzamento sobre a defesa encarnada. Germano tocou a bola de cabeça com pouca força, aproveitando Mascarenhas, sem a deixar cair no chão, para desferir um petardo sem preparação e sem hipóteses para Rita.
10 minutos depois Cruz tocou a bola com a mão dentro da sua área. Na marcação do respetivo penalty Bé rematou potente e colocado, fazendo o 2-0. Até ao intervalo o ataque benfiquista mostrava-se cada vez mais desgarrado, sem competência para criar perigo junto da baliza de Carvalho.
Na 2ª parte o Sporting efetuou uma magnífica exibição, que chegou a ser um regalo para os olhos. As oportunidades de golo surgiram com naturalidade, mas o golo da tranquilidade só apareceu aos 71 minutos. Morais fez uma bela jogada sobre a direita, fintou 2 adversários e centrou recuado para Bé apontar um golo monumental, pleno de força e colocação.
Em jeito final poder-se-à dizer que a equipa do Sporting podia e devia ter ganho por uma vantagem mais clara perante um Benfica estranhamente apático. Jogando com grande autoridade na defesa e decisão no ataque, a equipa sportinguista apresentou um futebol muito prometedor. Lúcio, Mendes e o novo recruta brasileiro Bé, foram os melhores dum conjunto que, todo ele, funcionou muito bem, e começar a época com uma vitória por 3-0 sobre o Benfica, só podia moralizar as “tropas”.
Foto: Bé, uma aquisição desta temporada que muito prometia.