10 de Julho de 1977. Após o triunfo na Taça de Portugal e a rotumbante vitória na Taça dos Campeões Europeus, o Hóquei em Patins leonino conquistou o Campeonato Nacional. A sua incontestável superioridade confirmou-se no último fim-de-semana da competição ao bater o FC Porto por 10-4 e o Infante de Sagres por 10-2.

A “equipa maravilha” comandada por Torcato Ferreira conquistou o 3º Campeonato Nacional consecutivo, 4º no historial do clube com uma vitória sobre o Infante de Sagres. O melhor quinteto do mundo, um dos mais temíveis de todos os tempos, coincidindo com a seleção nacional portuguesa, era eficaz, espetacular, demolidor. Arrastou multidões, encheu pavilhões e conquistou de forma indelével a admiração de todo o mundo afeto à modalidade.

O pavilhão de Alvalade esteve cheio nesse derradeiro jogo do Campeonato Nacional. A festa não estava garantida. Era necessário vencer uma das boas escolas do hóquei nacional, onde pontificavam os gémeos Gomes da Costa, mas o Sporting não deu hipóteses. Ao intervalo o resultado já estava em 3-1 e na 2ª parte a “máquina” funcionou como nos seus melhores dias.

Chana foi o melhor marcador da competição com 127 golos, à média de 3,7 por jogo. O médio Sobrinho referiu no final: “Temos um técnico que sabe da poda e formamos uma autêntica família”. Torcato Ferreira estava orgulhoso: “Que época maravilhosa. Depois da Taça de Portugal e da Taça dos Campeões Europeus, agora o Campeonato Nacional. São grandes êxitos como estes que reforçam a amizade e a camaradagem existentes no seio do Hóquei do Sporting”.

Nesse último jogo os leões alinharam com Ramalhete (Carmelino); Rendeiro (1), Sobrinho (4), Chana (3), Livramento (1), Garrido e Jorge. Os adeptos despediram a equipa com um verdadeiro “Carnaval”. Alguns jogadores, mal terminou desafio, desapareceram para as cabinas fugindo de alguns adeptos sedentos de alguma recordação.

Esta equipa do Sporting era praticamente invencível resultando do encontro dos melhores hoquistas portugueses do momento treinados pelo melhor técnico português de sempre, onde Livramento, com toda a experiência acumulada, era ainda o grande artista. Foi toda ela representar Portugal no Europeu de 1977, que venceu naturalmente. Com um brilho intensíssimo mas fugaz, desfez-se tão rapidamente com se havia formado, deixando na memória a nostalgia dos tempos mais marcantes do Hóquei em Patins em Portugal.

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