27 de Junho de 1971 . Depois duma carreira interessante na competição na qual bateu o recorde de goleadas em jogos oficiais (21-0 ao Mindelense) e se desembaraçou com dificuldades de Belenenses e Vitória de Setúbal, o Sporting chegou à final da Taça de Portugal para defrontar o Benfica (recente Campeão Nacional) e a quem nunca tinha derrotado numa final desta competição.
O Estádio do Jamor registou uma enchente, com 45.000 espetadores, que gerou uma receita de 1.500 contos. A RTP pagou 200 contos pela transmissão do desafio.
Fernando Vaz era o treinador do Sporting e escalou a seguinte equipa: Damas; Pedro Gomes, Laranjeira, José Carlos (Caló 68) e Manaca; Gonçalves (Tomé 57), Nélson e Peres; Chico, Marinho e Dinis.
O Sporting fez uma partida de grande raça, superiorizando-se claramente à classe de alguns jogadores benfiquistas. O conjunto verde e branco marcou o 1º golo da final logo aos 5 minutos. Dinis superou, após uma dura luta, o central Humberto Coelho, avançou rapidamente em direção à área e à sua entrada desferiu um forte pontapé, sem hipóteses de defesa.
Aos 21 minutos os leões aumentaram a contagem. Após toque de Dinis, Nélson, sobre a esquerda, mais rápido que Humberto Coelho, rematou espetacularmente numa virada fantástica que a todos surpreendeu. 13 minutos depois, e quando José Henrique parecia ter a bola à sua mercê, Marinho esticou-se todo e tocou de bico para o poste. O esférico percorreu então quase toda a linha de baliza, e quando já parecia que não haveria festejos, Chico surgiu como uma flecha e empurrá-la para o fundo das redes.
O intervalo chegou com a tranquila vantagem dos leões, mas aos 58 minutos Eusébio reduziu de penalty (inexistente). A festa sportinguista culminou com o 4-1 por Chico a um quarto-de-hora do fim na sequência dum pontapé de canto, com um remate forte que ainda bateu num benfiquista indo depois anichar-se no fundo da baliza encarnada.
Chico foi mais uma vez uma das grandes figuras da equipa, ele que fez uma Taça de Portugal de grande nível. Enquanto se penteava e assobiava no balneário, afirmou ao jornal A Bola: “Alegrou-me a conquista da Taça e os meus 2 golos. O Sporting foi um justo vencedor mas bateu uma grande equipa. Esta conquista compensa um pouco o malogro do Campeonato”.
Registe-se que o Sporting ganhou nessa tarde a sua 7ª Taça de Portugal e que o técnico leonino, Fernando Vaz, era já considerado um verdadeiro “papa-taças”, alcançando aqui o seu 3º triunfo (havia ganho duas pelo Vitória de Setúbal) e a 7ª final nos últimos 9 anos.