20 de Junho de 2010. Neste dia, no Pavilhão da Luz, os leões somaram a 3ª vitória (em 4 jogos) na final do play-off e conquistaram o Campeonato Nacional de Futsal, título que lhes fugira nas 3 últimas épocas.
Nos primeiros 20 minutos, o jogo foi pausado, pensado, com as duas equipas a mostrarem receio de cometer erros. Apesar desse facto as oportunidades de golo foram aparecendo, mas de forma mais clara para o Benfica. Para isso muito contribuiu Joel Queirós. O pivô encarnado, dono dum forte remate, tentou primeiro alvejar a baliza contrária através dum livre, depois num remate dentro da área, mas sem sucesso. No entanto, ao minuto 6, na rápida conversão duma falta, Joel Queirós surgiu no meio da área e fez o 1º golo da partida.
A resposta do Sporting foi ténue e não houve um iminente lance de perigo para a baliza de Bebé. O ritmo não era elevado e o jogo decorria com muita cautela. Perante a menor reação do Sporting, o Benfica aproveitou para elevar o marcador – Cardinal ficou caído na área a pedir falta enquanto os encarnados partiram rapidamente para a contra ofensiva. Ricardinho conduziu a jogada na ala esquerda, simulou, rematou e fez o golo.
Se as duas equipas procuraram jogar no erro do adversário então Arnaldo pecou. O jogador do Benfica perdeu a bola em zona proibida e Café não se fez rogado, chutou e a bola foi até ao fundo das redes da baliza do Benfica.
O jogo tinha golos, mas seguiu num ritmo morno até ao intervalo.
O 2º tempo abriu com mais velocidade de parte a parte. Os golos continuaram a aparecer. Novo erro defensivo do Benfica, com Davi a perder a bola e, desta feita, foi Alex a aproveitar a “prenda” e a empatar o jogo. Mas o jogador brasileiro depressa se redimiu pois no instante seguinte estava a fazer balançar as redes da baliza do Sporting, após passe de Arnaldo da ala esquerda – o jogo estava empolgante e o Benfica voltava à condição de líder no marcador (3-2).
O Sporting e em particular Cardinal, teve nos pés a oportunidade de igualar o jogo através duma grande penalidade, mas aí Bebé mostrou os seus dotes e defendeu. Depois veio o período das longas correrias de parte a parte, onde a tática ficou algo posta de lado. As perdas de bola originavam lances de superioridade numérica, mas, na sua maioria, não foram aproveitadas.
Nestes momentos em que a emoção e a garra tomaram conta dos jogadores surgiu o momento dos guarda-redes brilharem. Quer Bebé, quer Cristiano deram uma lição de defender.
A certa altura Alex aproveitou um lance rápido e marcou o tento do empate. O jogador brasileiro recebeu a bola com toda a calma, virou-se e colocou em jeito a bola por baixo das pernas do guarda-redes do Benfica.
A 4 minutos do fim o jogo registava um empate a 3 golos. Até ao final do tempo regulamentar não houve golos, apenas situações disciplinares. Ricardinho foi expulso por palavras e o guarda-redes do Sporting levou com uma moeda no olho e teve de ser assistido durante muito tempo, mas recuperou.
No prolongamento o Benfica não aguentou a situação de inferioridade e sofreu um golo no 1º minuto. Alex rematou, a bola resvalou num elemento do Benfica e encaminhou-se para a baliza. Bebé ainda a defendeu, mas Divanei, à boca da baliza, confirmou o golo. Pela 1ª vez no encontro, o Sporting estava em vantagem.
O Benfica bem pressionou mas os 4 jogadores de campo e principalmente Cristiano, seguraram a vantagem. O Sporting ainda elevou para 5-3 por Alex, aproveitando o adiantamento do guarda-redes avançado lançado pelo Benfica – Zé Maria.
Com esta vitória, o Sporting sagrou-se campeão nacional de Futsal pela 8ª vez.
A equipa do jogo decisivo: Cristiano; Cardinal, Alex (3), Caio, Divanei (1), Evandro, João Matos, Djô, Deo e Café (1).
Opiniões:
Já se sabia que Paulo Fernandes seria substituído no comando técnico da equipa leonina por Orlando Duarte. No final afirmou: “Este título tem um sabor especial porque é o último no Sporting e se é que há despedidas positivas esta era a melhor que poderia ter. Consegui e quero dedicar este título a todos os sócios, adeptos, simpatizantes e amigos que sempre acreditaram no nosso trabalho e nos apoiaram. Sabíamos que o ambiente nestes 2 jogos ia ser adverso e já previa o início do jogo de hoje, quase de guerrilha e com todas as provocações possíveis e imaginárias. Os jogadores estavam preparados e graças a Deus interpretaram bem aquilo que tinham delineado e acima de tudo era importante ninguém responder e não vermos cartões nem cometermos faltas nos primeiros minutos. A equipa, mesmo a perder por 2-0, teve uma grande personalidade. Tenho um grande orgulho neste grupo, que é como um filho que vi crescer e está pronto para a vida. Até sempre”.
João Benedito – “ Este título é o recohecimento duma época de trabalho. Conquistámos o objetivo a que nos tinhamos proposto no início da época. Somos os melhores e isso sabe muito bem”.
Cardinal (o melhor marcador da prova) – “Este título teve um significado muito especial porque foi o 1º e espero que se sigam muitos. Com a ajuda dos sportinguistas, que sempre nos apoiaram nos bons e maus momentos, conseguimos alcançar o título de campeões que foi muito saboroso, ainda para mais na casa do eterno rival. Fomos os justos vencedores”.
Alex – “Este título é muito saboroso, ainda para mais por termos vencido os 2 jogos no Pavilhão da Luz. Foi muito melhor do que esperávamos, e pela história dos encontros, em que estivemos sempre em desvantagem, mais gostoso se torna vencer e mais valor tem. Dedico este título a todos os sportinguistas que sempre nos apoiaram”.