20 de Junho de 1946. Nesse ano o Sporting foi pela 1ª vez Campeão Nacional de Ténis de Mesa (no 2º evento da prova) e venceu ainda as taças Lança Moreira e Raúl de Oliveira (não conseguindo vencer o Regional, como tinha conseguido em épocas anteriores).
O capitão da equipa era Gustavo Amarante, enquanto os jogadores sportinguistas mais utilizados foram José Nuno Palha, António Horta Osório, Mário Fernandes dos Santos, Carlos Ramos Feio, José Sérgio Parreira, Octávio dos Santos Fragoso, José Oliveira Fragateiro, Afonso Gago da Silva, Felisberto Madureira e José Antunes.
O 1º e decisivo jogo desse Campeonato Nacional disputou-se a 20 de Junho entre Sporting e Benfica (o atual campeão e principal favorito à conquista do título). O encontro foi magnífico de propaganda para a modalidade, constituindo um excelente espetáculo. Disputou-se no ginásio dos encarnados. O Benfica chegou a 4-1 e julgou-se que tudo já estaria decidido. O Sporting conseguiu recuperar e chegou-se ao encontro decisivo, com o resultado em 4-4 e um confronto entre Oliveira Ramos (o melhor jogador de todos os tempos entre os benfiquistas) e Carlos Feio (a grande figura dos leões). Feio, impetuoso como sempre e com a moral em alta, dominou com inesperada facilidade um adversário que, algo afetado fisicamente, não terá conseguido dar o melhor de si. Os parciais foram de 21-13 e 21-16.
O Sporting obteve assim um triunfo brilhante que, apesar de obtido na 1ª jornada foi decisivo para a conquista do título. Afonso Gago, Carlos Feio (3) e Mário Santos obtiveram as vitórias leoninas.
Na 2ª partida, nas Caldas da Rainha, o Sporting bateu o Caldas por 5-0, com Carlos Feio, Afonso Gago e Abílio Santos. Os leões foram muito superiores, brilhantes e convincentes. Segundo o jornal “A Bola”: “Carlos Feio fez uma exibição que ficará por certo na memória de todos por muito tempo, esplendorosa”. A Direção Geral dos Desportos anulou a inscrição no Campeonato do Académico do Porto, pelo que o Campeonato ficou por aqui.
A turma do Sporting, que durante as últimas épocas não conseguira posição de grande relevo, demonstrou agora ter readquirido a sua antiga capacidade mercê do regresso à atividade de Afonso Gago da Silva, que após duas épocas de afastamento reapareceu em plena posse dos seus recursos demonstrando a sua classe. O retorno de forma de Carlos Feio – o melhor jogador de ataque de Portugal, também foi decisivo, para além da excelente contribuição de Mário Santos -um jogador de estilo imperfeito mas com recursos valiosos. Abílio dos Santos, sempre calmo e preserverante, também teve os seus créditos num justo prémio para o Sporting que constituiu a conquista do título nacional.
Na foto, os principais artífices do título: Afonso Gago da Silva, Mário Santos, Abílio dos Santos e Carlos Feio.