16 de Maio de 2021. A equipa principal de Hóquei em Patins do Sporting sagrou-se nesse domingo bicampeã europeia!

Para chegar à final os sportinguistas tinham derrotado o Benfica no dia anterior no desempate por penaltis. Após um 5-5ap (golos de Matías Platero2 Ferran Font2 e Toni Pérez), 2 penaltis de Alessandro Verona deram-nos a vitória, com Ângelo Girão, claro, a brilhar sempre na baliza.

Menos de 24 horas depois veio então a final. Os leões de Paulo Freitas venceram o FC Porto por 4-3 (após prolongamento) e conquistaram a competição pela 2ª vez consecutiva.

Numa reedição da final de 2018/2019, que se realizou no Pavilhão João Rocha, Frederico Varandas marcou presença no Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de Luso e o Sporting CP entrou em pista com Ângelo Girão, Ferran Font, Telmo Pinto, Matías Platero e João Souto.

Logo na jogada inicial da partida, Ferran Font tentou o golo e, pouco depois, foi João Souto a dar trabalho ao guarda-redes Xavi Malián.

Contudo, o FC Porto inaugurou o marcador aos 4 minutos num lance em que Ângelo Girão foi traído – Reinaldo García atirou forte e a bola desviou no stick de Rafa, mudando de direção e acabando no fundo das redes leoninas. A situação ficou mais complicada no minuto seguinte, quando Matías Platero foi admoestado com o cartão azul. Na conversão do livre direto, Gonçalo Alves foi feliz e aumentou a vantagem dos azuis e brancos.

Apesar do resultado, a superioridade do FC Porto no marcador não era reflexo do que se passava em pista. O jogo estava dividido e até era o Sporting CP a ter mais intervenções perto da baliza adversária. Essa toada continuou, com destaque para as oportunidades de golo de Gonzalo Romero e Toni Pérez.

Finalmente, aos 14 minutos, o conjunto de Paulo Freitas reduziu. A esgotar-se o tempo de ataque, Gonzalo Romero atirou de muito longe e Matías Platero, com um habilidoso desvio, trocou as voltas a Xavi Malián e faturou – 2-1.

Continuou a ser o Sporting CP a equipa mais perto de marcar e não pararam as tentativas. Do outro lado, nas raras ocasiões perigosas dos dragões, Ângelo Girão foi estando à altura do que lhe era pedido. Duro foi, ainda assim, o golpe sofrido a 2 minutos do intervalo, quando Ferran Font recebeu ordem de expulsão da equipa de arbitragem. O FC Porto teve direito a um livre direto, mas desta vez Ângelo Girão foi melhor do que Gonçalo Alves. Logo a seguir, Reinaldo García viu cartão azul por falta sobre Gonzalo Romero e as equipas ficaram, ambas, reduzidas a 4 atletas em pista. No livre direto do Sporting CP, porém, Xavi Malián defendeu a tentativa de Gonzalo Romero e o resultado de 2-1 não sofreu alterações até ao intervalo.

O FC Porto apareceu ligeiramente mais interventivo na 2ª metade, e nos primeiros minutos deu algum trabalho a Ângelo Girão, com uma das bolas a ir mesmo ao ferro verde e branco.

Alessandro Verona teve boas oportunidades no stick aos 28 e 30 minutos e Toni Pérez também ficou a centímetros do golo pouco depois. A 15 minutos dos 50, o FC Porto chegou às 10 faltas, mas Alessandro Verona falhou o alvo na conversão do livre direto. A seguir foi Poka a ver o cartão azul do lado do FC Porto, mas Gonzalo Romero também não converteu com sucesso o lance de bola parada.

O Sporting CP ficou em vantagem numérica e aproveitou-a da melhor forma aos 38 minutos – tiro forte de Gonzalo Romero, defesa de Xavi Malián e a bola a sobrar para Toni Pérez, que teve tempo e espaço para fazer o golo do empate – nos festejos, o camisola 57 dos Leões dedicou o golo a Ferran Font, que se encontrava nas bancadas do pavilhão.

Tudo de volta à estaca zero em termos de resultado, mas o ascendente era claramente sportinguista. No ataque, continuavam as sucessivas tentativas de bater Xavi Malián, enquanto na defesa era dado muito pouco espaço ao FC Porto para tentar incomodar Ângelo Girão. Pedro Gil, João Souto e Toni Pérez foram protagonistas de algumas chances perigosas, mas o 2-2 prevaleceu mesmo no final do tempo regulamentar. O jogo foi então para prolongamento.

O FC Porto começou melhor o prolongamento e enviou duas bolas aos ferros de Ângelo Girão, mas o Sporting CP deu uma resposta de campeão. No 3º minuto do tempo extra, Telmo Pinto assistiu Toni Pérez e este fez o desvio fatal para o 3-2. Estava consumada a reviravolta verde e branca e, pela primeira vez, eram os leões a comandar o marcador.

Pouco depois, Reinaldo García viu o cartão azul por um braço na cara de Alessandro Verona. No livre direto, Gonzalo Romero foi eficaz e superior a Xavi Malián, aumentando a vantagem do Sporting CP para 4-2! O mesmo Gonzalo Romero teve no stick uma grande oportunidade de contra-ataque, mas falhou.

Com uma vantagem preciosa na fase de todas as decisões da final da mais importante competição de clubes da Europa, o Sporting CP entregou-se de corpo e alma ao jogo. Na defesa, os jogadores deram o corpo às balas e fizeram tudo o que conseguiram para impedir que o FC Porto reduzisse. Contudo, aos 8 minutos do prolongamento, os dragões beneficiaram de uma grande penalidade e Gonçalo Alves conseguiu a conversão com sucesso – 4-3!

Os últimos instantes foram de grandes emoções no Luso. Guillem Cabestany, treinador do FC Porto, viu o cartão vermelho e o Sporting CP teve direito a mais um livre direto, mas desta vez, Gonzalo Romero não conseguiu marcar. Assim, o emblema de Alvalade ficou com mais um em pista até ao fim e conseguiu segurar a vantagem.

Assim que tocou a buzina, rebentou a festa do Sporting CP no Luso. Mais um título europeu para o Clube, mais uma Liga Europeia para o Hóquei.

Alinharam: Ângelo Girão (gr), Ferran Font, Telmo Pinto, Pedro Gil (c), Alessandro Verona, Matías Platero, João Souto, Toni Pérez, Gonzalo Romero e Zé Diogo (gr).

Foi uma equipa em grande plano, mas para além Ângelo Girão, Matías Platero, Gonzalo Romero ou Toni Pérez (que estiveram magníficos), uma palavra ainda para o capitão Pedro Gil. O espanhol entrou em cena quando a equipa mais precisava e deu-lhe a tranquilidade necessária para superar um obstáculo complicadíssimo.

Este foi o 39.º título europeu da História do Sporting CP e o 9º na secção de Hóquei em Patins – a segunda que mais troféus continentais deu ao clube, depois do Atletismo. No que diz respeito à mais importante prova da Europa, foi a 3ª vez que o Sporting CP venceu, juntando 2021 aos anos de 1977 e 2019 (em 2019/2020, não houve vencedor da Liga Europeia devido à pandemia da COVID19).

Após a vitória, o treinador Paulo Freitas declarou: “Toda a estrutura fez um trabalho fantástico desde ontem à noite. Os 2 fisioterapeutas, Diogo e Francisco, e a nossa médica, Isabel, trabalharam afincadamente. Os jogadores ainda estavam a ser recuperados às duas, três da manhã. Apetece-me agradecer-lhes pelo trabalho que fizeram e por me terem posto os jogadores disponíveis para hoje. Hoje íamos “morrer” lá dentro para conquistar esta Taça. Para além deles, o Ricardo e o João, da minha equipa técnica, têm de me aturar em muitas ocasiões. O secretário técnico, João Alves, o Marco Lopes… Enfim, toda a gente que colabora com esta rapaziada. Há muita gente a trabalhar e a fazer tudo para que os jogadores tenham as melhores condições. As minhas primeiras palavras vão para todo o staff. O que os jogadores fizeram lá dentro é o reflexo do trabalho que gira à volta deles. Já os jogadores reagiram à adversidade como nunca (…) Percebemos a dimensão do clube que representamos e temos um orgulho enorme em estar cá, trabalhar cá e desfrutar do clube. Tínhamos de aproveitar esta onda para podermos capitalizar qualquer coisa (…) A recetividade, o empenho, a alma, a crença, a superação, a ambição e a coragem dos jogadores foram determinantes para podermos dizer que o Sporting Clube de Portugal é bicampeão Europeu de Hóquei em Patins. É a primeira equipa portuguesa a fazê-lo e é um enorme orgulho (…) O trabalho que todos temos vindo a fazer, caminhando para o mesmo lado, é recompensado com os troféus. Percebemos que nos traz uma responsabilidade enorme. Vamos desfrutar, mas temos de começar a pensar que queremos mais, queremos melhor. Hoje e amanhã vamos desfrutar e a partir de terça-feira temos de estar focados no nosso trabalho porque sábado temos um jogo contra uma grande equipa que nos vai colocar dificuldades” – jogo para o Campeonato perante o Óquei de Barcelos.

Ângelo Girão: “Ter uma final four 100% portuguesa é sinal de que o Hóquei em Portugal está muito bem. Parabéns às 4 equipas – à UD Oliveirense e ao SL Benfica por terem sido dignos vencidos ontem e, hoje, ao FC Porto. Podia ter caído para qualquer uma das 4 equipas. Não sou talismã. Tenho tido sorte por poder trabalhar com esta gente que adora o Hóquei e que me protege muito. Estou muito contente por ter ganho este ano”. Claramente emocionado, o guarda-redes leonino acrescentou: “Fizemos História hoje num ano difícil. Um ano que não começou bem e era muito importante, para mim, ganhar este ano. Dou tudo sempre. Tenho defeitos, como toda a gente. Faço coisas erradas, sou humano, mas entrego tudo a este clube e a este grupo de trabalho. Este ano queria ganhar muito (…) Quando vim para o Sporting CP fui muito criticado. Saí de uma equipa campeã nacional para um projecto em construção, à pressa, com um peso de 3 ou 4 milhões de adeptos em cima. Ainda esta semana vimos a dimensão e a grandeza do Sporting CP nos festejos do Campeonato Nacional de Futebol. Sabia que ia ser um passo difícil, mas não sabia que ia chegar a este patamar tão cedo, achava que ia ser mais complicado. Felizmente, o Sporting CP reforçou a estrutura, a equipa técnica e o plantel e continuou a fazer uma aposta. O Hóquei é uma modalidade querida no nosso clube, os adeptos estão sempre ao nosso lado. Ainda agora, no Marquês, nos festejos do futebol, fui extremamente acarinhado. As pessoas seguem a modalidade e gostam de nós. Só posso agradecer aos adeptos porque este sucesso é muito deles. Obrigado aos nossos sócios e adeptos e à direção por continuar a apostar em nós. Já agora, obrigado ao Nuno Dias – treinador do Futsal – e aos seus rapazes porque eles também são o nosso talismã. Para o ano, que sejam campeões europeus outra vez!”

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