29 de Setembro de 2019. O segundo dia dos Mundiais de Atletismo de Doha, no Catar, foi feliz para Portugal, com João Vieira a arrecadar a primeira medalha da comitiva verde e branca presente no Médio Oriente.
O marchista e capitão leonino atingiu o 2.º lugar nos 50 km de marcha e venceu a medalha de prata, terminando a prova em 4h04m59s, 39 segundos depois do japonês Yusuke Suzuki, novo campeão do mundo. O canadiano Evan Dunfee completou o pódio, numa prova em que se registou o abandono do francês Yohann Diniz, que defendia o título.
Devido ao calor intenso que se faz sentir no Catar, a prova teve início pelas 23h30, com o intuito de proporcionar melhores condições atmosféricas aos atletas. Ainda assim, João Vieira conseguiu arrecadar a primeira medalha nestes Mundiais para o clube verde e branco e, aos 43 anos e no seu 11.º Mundial, tornou-se mesmo no mais velho medalhado de sempre na competição!
“Foi a prova mais difícil da minha carreira, devido às condições climatéricas e o horário tardio da competição. É sempre bom regressar a casa, sobretudo com uma medalha ao peito. O trabalho foi bem feito e esta medalha é gratificante”, afirmou João Vieira, no regresso, no Aeroporto de Lisboa . “A partir do 38.º quilómetro, quando comecei a apanhar adversários que estavam a ficar mais lentos, senti que podia chegar às medalhas. A partir daí, foi um galgar de lugares. Tinha o controlo da competição, segui ao risco as diretrizes preparadas com a minha treinadora”, explicou.
Único português medalhado nestes Mundiais, o atleta, de 43 anos, quer começar já a preparar os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, depois de algum descanso, e explicou que a humildade é um dos segredos para a longevidade na carreira desportiva. “O segredo da longevidade é ser um atleta profissional e correto naquilo que faço. A humildade tem-me ajudado nestes anos todos e não ter fraquejado a condição física dá-me alento para continuar a fazer bons resultados”, disse.