29 de Setembro de 2019. Era o troféu que faltava ao nosso Hóquei em Patins! A Taça Continental (ou Supertaça Europeia). O Sporting Clube de Portugal adicionou assim mais uma conquista europeia ao palmarés!
A prova realizou-se no Pavilhão João Rocha e os leões derrotaram na meia-final os italianos do Hockey Sarzana por 7-0 (golos de João Souto 2, Pedro Gil, Ferran Font, Raul Marín, Toni Pérez e Gonzalo Romero) e o FC Porto na final por 3-2.
A equipa para esta final: 5 inicial – Ângelo Girão; Telmo Pinto, Gonzalo Romero, Pedro Gil e Toni Pérez. Suplentes – Zé Diogo Macedo; Ferran Font, Matias Platero, Raul Marin e João Souto
Com um excelente ambiente na casa das modalidades do Sporting CP (sem a presença do presidente Frederico Varandas), os primeiros minutos do jogo evidenciaram o óbvio – que as duas equipas se conhecem e bem e não quiseram arriscar nos instantes iniciais, preferindo aproveitar o erro adversário.
Aos poucos, a emoção e a qualidade começaram a surgir e o Sporting CP esteve perto do golo graças às oportunidades de Toni Pérez e Gonzalo Romero.
O marcador foi mesmo inaugurado aos 11 minutos, quando Gonzalo Romero recuperou a bola na defesa, partiu para o ataque e enganou o guarda-redes, provocando a primeira explosão de alegria da tarde. 1-0 e o Sporting CP bem no jogo, criando oportunidades e dando muito trabalho à defesa nortenha. O resultado, contudo, só não foi ampliado, porque o guardião Xavi Malián estava ser o melhor em campo por parte do FC Porto.
Os dragões responderam aos 21 minutos, com Di Benedetto a empatar na conversão de um livre directo, mas a reação verde e branca fez-se sentir pouco depois. Gonzalo Romero, novamente, atirou do meio da rua, apontando um golaço que voltou a colocar o Sporting CP na frente. Foi com 2-1 para o emblema de Alvalade que o desafio foi para intervalo.
No segundo tempo, assistiu-se a um encontro mais rápido, agressivo e físico. O Sporting CP chegou às 15 faltas aos 30 minutos e Giulio Cocco, chamado a bater o livre direto, superou Ângelo Girão. Tudo empatado (2-2) com 20 minutos pela frente.
O Sporting CP começou a empurrar no Porto na procura de reestabelecer a vantagem. No entanto, Xavi Malián ia continuando a impedir todas as investidas leoninas. Do outro lado, Ângelo Girão também defendia as redes verdes e brancas com competência perante um FC Porto muito forte. O público e a equipa uniram-se ainda mais depois de algumas decisões algo duvidosas dos árbitros, o que embalou o Sporting CP em busca de um título até hoje inédito na história do Clube.
Assim foi: aos 49 minutos, o Sporting CP beneficiou de um livre direto na sequência de um cartão azul para Sergi Miras e, na conversão, Raul Marín marcou, levando o Pavilhão João Rocha à euforia. Com 3-2 no marcador, o FC Porto ainda tirou o guarda-redes e colocou mais um jogador no ataque, mas de nada valeu. No final, triunfou o Sporting CP.
Mal tocou a buzina final, os leões na pista e na bancada festejaram em conjunto a conquista de mais um troféu internacional para o Sporting CP. A Taça Continental ficou no Alvalade.
Após a conquista, Paulo Freitas dedicou o triunfo a Caio, jogador leonino que perdeu recentemente o pai: “A palavra que me veio à cabeça durante o jogo foi ‘Caio’. O Caio faz parte do nosso grupo e é muito importante. Se estivesse disponível, tinha estado connosco. É uma pessoa com grande carácter e bons valores humanos que lhes foram passados pelo pai. Infelizmente, o pai deixou-o. Pensei nele e disse-lhe que pode contar connosco para tudo. De alguma forma, queríamos aliviar a dor dele. Se fosse possível, trocávamos esta Taça Continental pela presença do pai do Caio. Esta equipa quer dedicar a conquista ao Caio” Quanto ao jogo: “Foi um jogo decidido nos pormenores. Hoje não fomos felizes nos lances de bola parada e o nosso adversário concretizou alguns. Foi um jogo muito encaixado entre duas equipas que se conhecem muito bem. Em alguns momentos estivemos nós por cima do jogo, noutros sofremos um bocadinho mais. Na 2ª parte não entrámos bem, mas conseguimos recuperar a nossa dinâmica e fomos superiores ao FC Porto, que acabou por nos criar alguns problemas nos bloqueios. Acima de tudo, é uma vitória justa (…) Queríamos jogar sem árbitros. Tínhamos de estar focados no jogo. Na parte final, essa foi a minha preocupação: não nos centrarmos nas decisões erradas que prejudicaram o Sporting CP e a equipa foi brilhante nesse ponto de vista (…) Hoje vamos festejar, mas a partir de amanhã isto é passado. Os títulos trazem-nos satisfação e a responsabilidade de continuarmos focados e a lutarmos por mais conquistas”.
Ângelo Girão, capitão de equipa e guarda-redes do Sporting CP, também deixou algumas palavras a Caio. “Era uma competição que queríamos ganhar. Tínhamos a pressão inerente ao Sporting CP, que ainda não tinha vencido esta competição. Este grupo merece estar nas decisões e depois são pormenores. Foi um grande jogo de Hóquei em Patins e provámos que somos uma grande equipa. Encostámos várias vezes o FC Porto, cujo guarda-redes fez uma grande exibição. Queríamos dar a vitória a um irmão nosso [Caio]. Por vezes, o desporto passa para segundo plano. Era importante ganharmos esta competição pelo Caio (…) Esta equipa vai deixar tudo em campo. É isso que exigimos uns dos outros e é para isso que trabalhamos durante a semana. Há muitos factores, como a bola que não entra ou a qualidade dos adversários. Foi no pormenor que ganhámos”, concluiu.