31 de Março de 2019. Pavilhão Multiusos de Gondomar. Final da Taça de Portugal de Futsal, decisão a que o Sporting chegou depois de bater nesta final a 8 as equipas do Belenenses por 2-1 e do Burinhosa por 3-2.
No jogo decisivo os leões voltaram a ser melhores e levantaram o troféu depois de derrotarem o SL Benfica no desempate por pontapés de penálti (3-2). O jogo terminou 5-5 no final do prolongamento.
A entrada da nossa equipa no encontro não foi a mais feliz, com o Benfica a aproveitar uma perda de bola para inaugurar o marcador por intermédio de Tolrà logo aos 2 minutos. Os tricampeões nacionais tentaram reagir e Cavinato, aos 8 minutos, obrigou Roncaglio a aplicar-se. Contudo, foi o Benfica a marcar novamente, desta feita graças ao remate de Robinho.
Com 0-2 no marcador o Sporting CP viu-se obrigado a arregaçar as mangas e ir à procura de outro resultado. Aos 11 minutos, Dieguinho recebeu de Pany Varela, virou-se com um toque e reduziu para 1-2. Logo a seguir, Alex Merlim acertou em cheio no poste, demonstrando que o início menos feliz no desafio não foi exemplo do que se viria a passar na restante partida.
Ainda assim, o Benfica reestabeleceu a diferença de dois golos a cerca de 4 minutos do intervalo, com Fernandinho a ter a sorte de estar no sítio certo à hora certa e a só ter de encostar depois de Guitta fazer a primeira defesa. Mas foi o conjunto de Alvalade a estar por cima nos últimos instantes do 1º tempo, tendo Cardinal feito o 2-3 no penúltimo minuto após assistência de Deo. A 5 segundos do final da primeira parte, Pany Varela acertou no poste, pelo que a desvantagem leonina era uma realidade quando a buzina enviou os jogadores para os balneários.
O início da 2ª parte foi em tudo, diferente do que havia acontecido na primeira. O Sporting CP mostrou-se superior. Dieguinho ameaçou da primeira vez, mas foi Cavinato, com as costas, a desviar o canto batido por Deo e a empatar o resultado. Pouco depois chegou o 4-3 – Alex Merlim rematou forte, a bola bateu nos dois postes e regressou aos pés do italo-brasileiro, que, à segunda, não falhou. Vantagem justa e merecida para os atletas de Nuno Dias.
Apesar de termos criado várias oportunidades de golo nos momentos seguintes (Cavinato aos 29 minutos ou Pany Varela aos 31 minutos, por exemplo), foi o adversário a marcar, a cerca de 8 minutos do final do tempo regulamentar – Roncaglio, guarda-redes e melhor elemento das águias na tarde deste domingo, subiu no terreno e bateu Guitta com um remate de longe. Até ao final, destaque para duas oportunidades flagrantes para as duas equipas: Erick, aos 37 minutos – ficou frente a frente com Roncaglio e falhou o golo, e Fits, no último minuto – acertou na barra.
Seguiu-se o prolongamento, com as duas equipas muito equiparadas dentro da quadra. O Benfica chegou ao 5-4 aos 44 minutos por Fernandinho. O Sporting CP foi à procura de nova reviravolta e conseguiu o empate no 2º tempo – depois de um remate vistoso de Dieguinho, e já com o cinco para quatro dentro das quatro linhas, Leo colocou a bola em zona perigosa e Rafael Henmi foi o autor de um autogolo que deu o 5-5 ao Sporting CP.
No desempate por pontapés de penálti, Gonçalo Portugal voltou a ser herói. O guardião leonino defendeu a tentativa de Robinho e deu a Alex Merlim a hipótese de fechar as contas. O 29 do Sporting CP não falhou e deu mais um título ao Museu Sporting – a 7ª Taça de Portugal de Futsal do histórico verde e branco.
O treinador Nuno Dias: “Sinto-me muito feliz por continuar a contribuir, dentro de um grupo que tem uma enorme qualidade, para enriquecer o nosso Museu. Sinto-me muito contente por alcançar mais um objetivo, pelo desempenho dos meus jogadores, por toda a estrutura. 3 jogos de um nível extraordinário em termos competitivos, de emoção, de adrenalina. No fim, o sentimento que me ocupa neste momento é de grande alegria por mais uma conquista (…) o dérbi a que se assistiu este domingo em Gondomar foi um hino ao futsal. É uma aula para todos os que são ou querem ser treinadores. Foi um jogo melhor do que o que se vê por essa Europa fora. O jogo teve alterações táticas ao mais alto nível, sistemas com pivô fixo, pivô móvel, mais dinâmico e menos dinâmico, jogando com guarda-redes volante e de apoio, bolas paradas estratégicas a resultar em golo, outras em perigo. O jogo de hoje teve tudo e quem gosta desta modalidade tem um exemplo do que é um jogo com todos os ingredientes. Foi das melhores arbitragens que eu já vi no Futsal. Um grande jogo com 3 grandes equipas e o desporto e o Futsal saem valorizados (…) Nós, treinadores, passamos o tempo todo a tomar opções e a decidir. Eu tenho 16 atletas e só posso utilizar 12. Tenho de perceber o que o jogo pode pedir. Às vezes acertamos, outras não, mas eu achei que o jogo ia pedir o que aconteceu. Um jogo muito equilibrado que podia ir para as grandes penalidades. Aí, sabemos que o Gonçalo [Portugal], dos três, é o melhor. Em relação ao André [Sousa], dois jogos extraordinários. Lançou-nos para as meias-finais com um jogo brilhante contra o Belenenses e esteve a um bom nível contra a Burinhosa, mas hoje achávamos que o jogo ia pedir muito mais Guitta, que sobe muito, dá apoio com os pés e na baliza tem uma presença extraordinária. O André [Sousa] é um profissional extraordinário e entende (…) Temos alcançado números extraordinários nestes últimos anos e este é mais um recorde daqueles que gostamos de falar. Juntamente com a Fundação [Jorge Antunes] conseguimos ganhar duas Taças consecutivas. Todos os troféus são importantes para o Sporting CP. Quem está num clube como este tem de perseguir todos os troféus. (…) Sinto-me muito contente por ter o privilégio de liderar grupos com muita qualidade. Ao longo destes anos em que vencemos 4 Taças de Portugal tivemos grupos muito distintos. Apenas João Matos e Pedro Cary estiveram nas quatro. Todos os grupos são diferentes e a felicidade que tenho é a de ter a sorte de ser o treinador de grupos diferentes mas com uma caraterística comum: para além da qualidade no Futsal, são todos eles grupos com uma ambição de vitória e com uma vontade de títulos com um respeito enorme pela instituição Sporting CP. Eu, como o João Matos, o Pedro Cary, o Paulo Luís e o Raúl Oliveira, temos isso em comum: a capacidade, a qualidade e a ambição de querer sempre conquistar mais (…) Se ontem estava triste com a presença dos adeptos do Sporting CP e achava que era injusto para a minha equipa, hoje, como sou uma pessoa com valores de gratidão, sinto-me grato pela presença e pelo apoio deles. Quero que eles saibam que são muito importantes nas nossas conquistas, na superação das dificuldades quando as coisas estão adversas para nós (…) Qualquer uma das equipas merecia ganhar. Seria hipócrita da minha parte dizer que o Sporting CP foi muito melhor e mereceu inteiramente vencer esta competição. Se o SL Benfica tivesse ganho, seria bem entregue. Está num bom momento, a jogar muito bem. Criou-nos imensas dificuldades. Estivemos em desvantagem e só um grande Sporting CP, contra uma grande equipa como o SL Benfica, conseguiria dar a volta a uma situação destas. É justo, mas se o SL Benfica tivesse vencido nas grandes penalidades também seria justo”, concluiu.