Oceano Andrade Cruz nasceu a 29 de Julho de 1962 em S. Vicente – Cabo Verde. Começou muito novo no Almada, passando depois pelo Odivelas até chegar ao Nacional da Madeira onde foi “descoberto” por Pedro Gomes (adjunto de John Toshack na sua 1ª época no Sporting).
“Pegou de estaca” logo quando chegou a Alvalade. O técnico galês apreciava muito as suas qualidades e não hesitou em utilizá-lo regularmente como médio defensivo ou mesmo no centro da defesa. Estreou-se a 2 de Setembro de 1984 numa vitória em Coimbra por 3-2, marcando o 1º golo a 3 de Outubro em Auxerre (2-2) para a Taça UEFA. Fez 36 jogos nessa 1ª temporada e rapidamente chegou à Seleção Nacional.
Ao longo dos anos, num período conturbado do futebol sportinguista (em que os treinadores entravam e saíam com inusitada frequência) foi sempre dos jogadores mais utilizados e destacados do plantel, até que, após uma época de grande nível (com Marinho Peres) em 1990/91, saiu para a Real Sociedad. Nesse período passado em Alvalade ganhou apenas a Supertaça de 1987/88.
Após 3 bons anos em Espanha regressou a “casa”. Com 32 anos estava ainda melhor jogador e os anos pareciam não passar por ele. Nessa temporada de regresso contribuiu para o triunfo na Taça de Portugal e tornou-se o verdadeiro líder da equipa, estatuto que manteve nos anos seguintes, sempre em “alta rotação”. Em 1995/96 conquistou a Supertaça.
A sua última temporada no Sporting foi a de 1997/98 (uma das mais conturbadas de sempre do clube) na qual se manteve muito bem (2º melhor marcador da equipa com 12 golos!), constituindo a verdadeira “alma” da equipa. Ainda assim, a chegada de Carlos Manuel ao comando técnico não o beneficiou. Criaram-se problemas internos e, apesar da saída do treinador, não lhe foi (estranhamente) renovado o contrato…
A 3 de Maio de 1998 jogou pela última vez de verde e branco (acabou como capitão) numa receção ao Rio Ave (2-2) para o Campeonato. Menos de 1 mês antes (10 de Abril) tinha marcado o último golo numa memorável reviravolta em Campomaior (5-3).
No total esteve 11 épocas no Sporting marcando presença em 401 jogos oficiais (o 6º de sempre) e marcando 47 golos. Ganhou uma Taça de Portugal e duas Supertaças.
Em Alvalade ficou para sempre a memória dum centrocampista com uma força, resistência e abnegação inesgotáveis e que ao longo da carreira se foi aprimorando em termos técnicos. Era também um líder, tendo capitaneado a turma leonina por vários anos. Foi Prémio Stromp em 1995 na categoria “Futebolista”.
Após sair de Alvalade fez uma época em França, no Toulouse (mais uma vez em grande plano).
Foi 54 vezes internacional A, tendo marcado 8 golos.
Depois de terminar a carreira foi recorrentemente falado para cargos técnicos do Sporting. Em 2009 e 2010 teve uma presença discreta no comando da Seleção nacional de sub-21 e na parte final da temporada 2010/11 voltou a Alvalade como membro da equipa técnica da equipa liderada por José Couceiro. Com a eleição de Godinho Lopes para a presidência foi-lhe um proposto um cargo na estrutura do Futebol jovem leonino.
A partir do início da temporada 2012/13 assumiu o cargo de treinador de reavivada equipa B, e numa altura em que fazia um bom trabalho, com a jovem formação leonina nos primeiros lugares da Liga de Honra, passou a treinar interinamente (a 5 de Outubro de 2012) a equipa principal após a saída de Ricardo Sá Pinto. Naquela que foi a pior época da História do Futebol do Sporting, Oceano assumiu o comando técnico (com a saída de Sá Pinto) a 7 de Outubro de 2012 com uma derrota no Porto por 2-0. Manteve-se apenas 4 jogos no posto (até 29 de Outubro) somando 1 empate e 3 derrotas… Ficou depois como adjunto do belga Frank Vercauteren e mais tarde de Jesualdo Ferreira. Saiu do staff leonino no final da temporada.
Atualmente é treinador-adjunto de Carlos Queiroz da Seleção do Irão.
OCEANO CRUZ como treinador do SPORTING | |||||||
ÉPOCA | J | V | E | D | GM | GS | % |
2012/13 | 4 | 0 | 1 | 3 | 3 | 7 | 12,5 |