Francis Obirah Obikwelu nasceu a 22 de Novembro de 1978 na cidade de Onisha, Nigéria. Filho de um futebolista, começou pelo “desporto rei” o seu percurso, mas uma lesão aos 14 anos levou-o a “transferir-se” definitivamente para o Atletismo.
Em 1994 marcou presença nos Mundiais de Juniores em Portugal, e com 3 “irmãos” da seleção nigeriana ficou por cá, tendo ido para o Algarve trabalhar nas obras, enquanto Sylvester Omodiale e Wilson Ogbeide ficavam em Lisboa. Na escola foi aprendendo português, e uma das suas professoras conseguiu que em Março de 1995 chegasse a Lisboa. Foi então encaminhado para o Belenenses e recebido de braços abertos. Passou a ter casa, comida, treinador e algum dinheiro, o que aos 17 anos, e com o nível de vida a que estava habituado, era para ele fantástico.
Em 1996 foi campeão mundial de juniores nos 100 e 200 metros, fixando os seus recordes pessoais em 10,12s e 20,24s, enquanto nos Jogos Olímpicos de Atlanta chegou pertíssimo da final dos 200 metros. No final dessa ótima época transferiu-se para o Sporting.
Em Alvalade encontrou um ambiente extraordinário e a companhia de Sylvester e Wilson. Com Fausto Ribeiro como técnico, mudou completamente a sua forma de treinar e o seu sonho de conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos tornava-se cada vez mais viável.
A sua 1ª medalha internacional foi conquistada nos 200 metros dos Campeonatos do Mundo de pista coberta em 1997 e daí para cá acumulou inúmeros títulos e medalhas.
Em Outubro de 2001 tornou-se cidadão português.
Do seu palmarés constam uma Taça do Mundo dos 200 metros (2002), 2 Campeonatos da Europa de 100 metros (2002 e 2006) e 1 de 200 (2006), e 1 Campeonato da Europa dos 60 metros em pista coberta (2011). Ganhou ainda na Taça Ibérica de 60 e 200 metros, nos Jogos Panafricanos de 200 e 4X100 e na Taça da Europa nos 100, 200 e 4X100 metros.
Para além destes títulos alcançou o seu sonho de sempre nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004, ao conquistar a medalha de prata nos 100 metros com 9,86s (recorde nacional e da Europa). No final dedicou-a a todos os cidadãos deficientes e afirmou que se sentia português: “Foi neste país que me ensinaram a respeitar e a ser respeitado. Foi aqui que me ensinaram a não desperdiçar dinheiro. Foi em Portugal que me tornei um campeão. Nasci na Nigéria mas agora sou português. Esta prata é toda para Portugal.”
Foi ainda 2º nos Campeonatos do Mundo de Atenas (1997) nos 100 metros, nos Europeus de Munique nos 200 metros (2002) e na Taça do Mundo nos 100 metros (2006). Conquistou o bronze nos Mundiais de pista coberta nos 200 metros (1997), nos Mundiais de Sevilha nos 200 e 4X100 metros (1999) e na Taça do Mundo de Madrid nos 100 metros (2002).
Teve vários treinadores importantes na sua vida e ao profissionalizar-se optou por Espanha por considerar que a sua evolução técnica podia passar por uma especialista daquela nacionalidade.
Apesar de emigrar manteve-se sempre no Sporting tendo vencido por 5 vezes o Campeonato de Portugal dos 100 metros, por 3 vezes o de 200 e por uma vez o Campeonato de Portugal de pista coberta nos 60 metros. Para além disso contribuiu decisivamente para muitos títulos coletivos, o mais marcante dos quais a Taça dos Campeões Europeus de pista em 2000.
Foi eleito Atleta Europeu de 2006 pela Associação Europeia de Atletismo.
Até ao final de 2010 era detentor dos recordes nacionais dos 100, 200 e 4X100 metros.
Afirma que o seu clube de coração é o Sporting. Quando não está em Portugal tenta ver todos os jogos do futebol leonino na televisão por cabo. O seu jogador preferido era o defesa-central Beto, que também é seu amigo.
Recebeu o Prémio Stromp em 2004 e 2006.