12 de Setembro de 1937. Nesse dia Peyroteo estreou-se com a camisola do Sporting nas Salésias, num torneio triangular com Benfica e Belenenses. O adversário foi a equipa encarnada e o novo avançado-centro leonino estava “uma pilha de nervos”. No balneário o ambiente era de grande descontração, com muitas piadas e muitos sorrisos, mas Jozef Szabo (o treinador) mantinha-se impávido.
A 10 minutos do início da partida o técnico leonino falou (finalmente) no seu português macarrónico. Depois de tecer várias considerações acerca da tática a empregar, chamou a atenção de todos ao afirmar que no centro do ataque jogaria o Fernando, um rapaz novo sem experiência. Todos os companheiros o deveriam ajudar e não fazer malandrices, senão, lá voariam 10% do ordenado!
Dirigindo-se depois a Peyroteo, tentou incutir-lhe confiança, aconselhando-o a não dar ouvidos aquilo que os adversários lhe iriam dizer (e que não deveria ser nada simpático), e para não se esquecer que o principal papel dum avançado era “caréga Maria”, que na gíria do húngaro significava atirar à baliza sem contemplações sempre que fosse possível.
A verdade é que o Sporting fez um jogo soberbo (sobretudo em termos atacantes), triunfou por 5-3 e Peyroteo fez 2 golos.
O 1º tento de Peyroteo pelo Sporting foi marcado aos 28 minutos dessa partida, quando após trabalho de Heitor, o novo avançado centro leonino atirou a bola direita à rede para a esquerda do guardião benfiquista (Tavares). Foi, segundo o jornal “Os Sports”: “Um excelente pontapé na passada, rico de prestesa e decisão”.
Uma semana depois, vitória no Porto por 2-1 com 2 golos do novo avançado, depois triunfo na Taça Elvas frente ao Benfica por 4-1 com hat-trick e na final do Torneio Triangular novo triunfo, agora frente ao Belenenses por 3-2, com mais 1 golo de Peyroteo e troféu conquistado. Era impossível começar melhor!