22 de Junho de 1941. Nas Salésias, “casa” do Belenenses, disputou-se a final da Taça de Portugal entre Belenenses e Sporting. Os verdes foram a equipa mais prática, audaciosa e equilibrada numa partida que teve a emoção dos grandes jogos e registou a presença do Chefe de Estado. Sob o comando de Jozef Szabo, o Sporting alinhou com: Azevedo; Octávio Barrosa e Álvaro Cardoso; Paciência, Gregório e Manecas; Mourão, Armando Ferreira, Peyroteo, Soeiro e João Cruz.
Segundo o jornal “Os Sports”: “O desafio agradou pelo espetáculo e mesmo pelo aspeto técnico. Os jogadores foram leais e o árbitro competente, deixando correr o jogo e não o interrompendo por dá cá aquela palha. Tecnicamente o Sporting foi superior e mais audaz”.
João Cruz fez aos 36 minutos o 1-0, a passe de Mourão, e aproveitando um deslize da defesa azul. Até ao intervalo os leões tiveram várias oportunidades para aumentar a conta, o que não conseguiram.
No princípio do 2º tempo João Cruz elevou a contagem com um pontapé rasteiro e colocado após passe de Armando Ferreira e depois o mesmo jogador fez o 3-0 com um brilhante chapéu a Salvador, que havia afastado a bola e ficara a olhar para a sua trajetória… O Belenenses (orientado pelo lendário Artur José Pereira) reagiu e reduziu por Gilberto, mas os leões continuaram a mandar no jogo e chegaram ao 4-1 por Peyroteo, em novo chapéu a Salvador e culminando jogada individual. Estava estabelecido o resultado final.
Ainda em “Os Sports” afirmou-se que: “Os extremos do Sporting foram os seus melhores homens, com João Cruz a concretizar e Mourão a pautar o jogo. No trio central de ataque destacou-se Peyroteo, perseguidor da defesa belenense. Os médios jogaram de forma prática com pontapés longos e abdicando dos dribles. A experiência de Cardoso e a rapidez de Barrosa destacaram-se na defesa onde Azevedo fez uma partida digna da sua categoria”.
O Sporting alcançou assim um recorde difícil de igualar – juntar na mesma época 3 triunfos nas competições mais importantes do futebol português. Para além disso foi a 1ª equipa portuguesa a conquistar a “dobradinha” (vitórias no Campeonato Nacional e Taça de Portugal na mesma época).
Na foto, uma formação do Sporting dessa gloriosa temporada.