12 de Abril de 1959. Sporting (Campeão Nacional de 1958) e FC Porto (recém-Campeão Nacional de 1959) combinaram entre si disputar um troféu, espécie de tira-teimas, denominado Taça dos Campeões de 58 e 59. O 1º jogo foi em Alvalade, a 5 de Abril, com vitória dos leões por 2-1 fruto de um bis de Hugo (ambos golos de grande espetáculo numa exibição leonina com laivos de brilhantismo).
A partida decisiva disputou-se na Antas, uma semana depois, tendo Sporting, sob o comando de Mario Imbelloni, alinhado com: Octávio de Sá; Lino, Morato e Hilário; Mendes e David Julius; Hugo, Vasques, Vadinho, Travassos e Morais.
Os portistas, jogando em casa e necessitando de recuperar da desvantagem do jogo em Alvalade, entraram numa toada mais atacante. Ainda assim foi o Sporting a criar as primeiras sensações de golo, com Vasques a atirar com muito perigo, sem preparação aos 16 minutos, e Vadinho a perder ótimo ensejo, por lentidão, 1 minuto depois. Assim, não foi com grande surpresa que surgiu o 1º golo para os verde e brancos, à passagem do minuto 23, por Vasques.
O FC Porto reagiu violentamente (no bom sentido do termo), criando então grandes problemas para a defensiva leonina. Aos 25 minutos Gastão apareceu isolado frente a Octávio de Sá mas atirou por alto. 1 minuto depois Morato salvou sobre a linha um remate de Noé. Pouco depois da meia-hora Virgílio atirou de longe um belo remate que bateu na trave, para 3 minutos depois uma tentativa de Noé encontrar o mesmo destino… A 1 minuto do intervalo lá surgiu o empate, quase inevitável, por Noé.
Os portistas, moralizados, tomaram o ascendente logo à partida para o 2º tempo. O Sporting tentou fechar-se da melhor maneira possível – não que a sua intenção fosse defender, mas era empurrado para terrenos mais recuados. Com alguma felicidade os lisboetas foram mantendo a igualdade e pouco a pouco começaram a libertar-se. David Julius (foto de arquivo) destacava-se pela voluntariedade, ligando bem com Vasques e Travassos, aquele jogando com grande sentido prático e este com a sapiência que a experiência lhe conferia. Aos 75 minutos, com um soberbo golpe de cabeça, Vadinho apontou o 1-2 fadando a sorte do torneio.
Esta foi uma partida muito interessante, de grande luta, na qual o Sporting, apesar de ter tido menos volume de jogo, se mostrou mais prático e eficaz. O seu conjunto parecia ter grande futuro, sobretudo na defesa, com jovens de grande qualidade e margem de progressão. Esta conquista acabou por ser a mais importante do futebol do Sporting na temporada 1958/59.